sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Um Velho Lenhador

Um jovem procurou um velho lenhador e pediu para ser seu discípulo. O lenhador concordou e começou a ensiná-lo, mas não passou muito tempo e o discípulo julgou ser muito melhor que o mestre, desafiando-o para ver quem cortava mais lenha numa competição em público.

O velho lenhador aceitou o desafio e durante a competição o jovem trabalhava sem parar e, de vez em quando, olhava para conferir o trabalho do velho. Para sua surpresa, ele, muitas vezes, estava sentado. Isso fortaleceu ainda mais a determinação do jovem, que continuou a cortar a lenha. Terminada a competição, ao medir os resultados, para surpresa do rapaz, o velho havia cortado muito mais lenha que ele. O jovem, surpreso, disse:

— Não entendo. Não parei de cortar lenha o dia todo, com toda minha energia, e sempre que olhava, o senhor estava descansando!

Serenamente, o velho respondeu:

— Enquanto descansava, eu amolava o meu machado!
Há momentos na vida em que precisamos parar e afiar o machado, ou seja, dar uma pausa no ativismo que muitas vezes nos cega e distrai para revisitar as razões que nos levam ao movimento e à ação. Cortar lenha com um machado cego não é produtivo nem prazeroso; demanda mais esforço, com menos resultado. Por isso, todos nós precisamos, periodicamente, de uma PAUSA.

Biblicamente, o nome que se dá a essa parada é SHABAT, ou, simplesmente, DIA DE DESCANSO. No livro de Gênesis, até o Criador "descansou" no sétimo dia, depois de concluir o seu trabalho de criação. Num certo sentido, não é o ser humano que deve guardar o shabat, mas o shabat é quem guarda o ser humano, pois é através dele que nos lembramos que não somos máquinas, avaliadas a partir do desempenho, da produtividade e da performance, mas sim pessoas, definidas a partir das nossas relações.
 
O ex-presidente americano Abraham Lincoln afirmou certa vez: "Se eu tivesse oito horas para derrubar uma árvore, passaria seis horas afiando meu machado".

Pense nisso!

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