sexta-feira, 5 de agosto de 2011

 Estive uns dias afastado do mundo virtual por está cuidando da minha esposa doente, mas hoje que ela já está melhor, cirurgiada, em recuparação, aproveito para divulgar esta mensagem do meu irmão em Cristo Helder. Leia na Integra, extraido do 5calvinistas.blogspot.com

Nem todos descansam em paz

Publicado originalmente no Reforma e Carisma.

Quem já viu desenho animado, deve se lembrar de quando um personagem "morre" e é enterrado. Nestes momentos, aparece uma lápide de pedra com a inscrição "RIP", uma abreviação de "rest in peace", que significa "descanse em paz" em português. O termo "RIP" também é conhecido de quem usa o Twitter e é uma hashtag muito comum usada quando morre alguém famoso, como a cantora Amy Winehouse.

A ideia por trás da expressão é a de que morte significa o fim do sofrimento. Morrer é descansar das aflições e angústias da vida, uma forma de por fim às dores e lutas. A esperança deste descanso é a crença que move a maioria dos cerca de um milhão de pessoas que se suicidam todo ano. O fim da vida seria a forma de fugir do bullying, das doenças, da decepção e da dor provocada pela morte de outras pessoas. Afinal, não existir é melhor do que certos graus de sofrimento.

Pelo menos é o que parece para algumas celebridades ao comentarem o falecimento da cantora Amy Winehouse, uma diva mergulhada em drogas e desespero. Demi Moore espera que "sua problemática alma soul encontre paz". Lily Allen partilha da mesma esperança: "Ela era uma alma perdida, espero que ela descanse em paz".

No entanto, estão eles certos? A morte trará paz a todas as almas do mundo?

A Bíblia é categorica: a resposta é não. Na verdade, o resultado de nossa morte depende do julgamento e da obra de Deus em nossas vidas:
Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo, assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos; e aparecerá segunda vez, não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos que o aguardam. (Hebreus 9:27-28)
Há um julgamento
Em primeiro lugar é preciso que entendamos que seremos julgados por Deus pelo que fizemos em nossa vida. Quando morremos não estamos livres do que fizemos ou deixamos de fazer enquanto vivíamos. Ao contrário, é o momento em que nossas ações e crenças serão pesadas diante de Deus:
Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más. (2 Coríntios 5:10)
Para aqueles que fizeram o bem, a morte é sim o momento do descanso e da recompensa. É a hora de receber o louvor de Cristo e aguardar até que Ele venha trazer salvação completa a todos os que O aguardaram.

Mas, para quem fez o mal, a penalidade será aplicada "de acordo com as obras praticadas". Nestes casos, a morte não é o fim, mas sim o início de um sofrimento ainda maior do que aquele que foi experimentado em vida. Segundo o próprio Jesus, o inferno é um lugar tão terrível, que é mais apavorante do que a própria morte:
Eu lhes digo, meus amigos: não tenham medo dos que matam o corpo e depois nada mais podem fazer. Mas eu lhes mostrarei a quem vocês devem temer: temam aquele que, depois de matar o corpo, tem poder para lançar no inferno. Sim, eu lhes digo, esse vocês devem temer. (Lucas 12:4-5)
Não há uma segunda chance, outras vidas onde se pode recomeçar com menos pressão e consertar o que foi feito no passado. O julgamento acontece assim que morremos e nos encontramos com o Senhor.
Quadro "O Juízo Final", de Jehan Cousin Le Jeune

Jesus: o Salvador de muitos
Qual o critério usado por Deus neste julgamento? Com certeza as obras definem as penas e recompensas, mas não são elas que definem se o veredicto será "inocente" ou "culpado". A sentença depende do sacrifício que Cristo Jesus fez na cruz, morrendo no lugar dos pecadores, para tirar os pecados de muitos.

Não há outra forma de ser considerado inocente. A Bíblia ensina que todos nós pecamos e, por esta razão, o pagamento justo que deveríamos receber era a morte:
Que concluiremos então? Estamos em posição de vantagem? Não! Já demonstramos que tanto judeus quanto gentios estão debaixo do pecado. Como está escrito: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus". (Romanos 3:9-11)

Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 6:23)
Logo, a lógica bíblica é a de que todos nós deveríamos ser condenados por Deus. A morte seria o início da dor para todos. Mas, em Cristo há uma exceção:
Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus. (João 3:16-18)
A única forma de enfrentar o Juízo e encontrar a paz após a morte é crendo em Jesus. Aquele que crê que Jesus veio ao mundo para morrer no lugar dos pecadores e deposita em Cristo a sua vida, esse não é condenado. Mas todos os que duvidam de Cristo e não creem n'Ele já estão condenados. Esses jamais descansarão em paz.

Aguardando a Cristo
Mas o que muitos precisam é de paz para o presente. Muitas vezes a vida parece mesmo insuportável, um fardo enorme e impossível de se carregar. Eu mesmo já pensei em tentar o suicídio algumas vezes e em vários momentos questionei se a vida valeria mesmo a pena ser vivida. E sei que não sou o único. O que fazer nessas situações?

A resposta é dada no final de Hebreus 9:28. Jesus veio trazer a salvação aos que O aguardam, aos que estão esperando o Seu retorno. De fato, aquele que crê em Cristo já é salvo, está livre da condenação eterna e conta com a ajuda de Deus desde agora. Mas a salvação ainda não está completa e só será concluída no fim dos tempos.

O cristão deve ter, portanto, uma atitude de esperança e paciência diante do sofrimento. Ele precisa ter fé de que a dor e os problemas são passageiros. Mesmo que os nossos problemas se arrastem por décadas, no final Cristo virá e nos livrará de toda dor. Contudo, essa é uma bênção que só alcança aqueles que esperam por Jesus.

O que não quer dizer que não tenhamos um socorro imediato. Jesus está o tempo todo diante do Pai, orando por nós e nos convidando a irmos até Ele para recebermos a graça e a misericórdia de que necessitamos:
Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos, pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade. (Hebreus 4:14-16)
Não importa qual o sofrimento que nos aflige: Jesus pode nos socorrer. Ele entende as nossas fraquezas e está ao lado do trono do Pai, oferecendo o que nós precisamos para vencer os momentos de necessidade. Enquanto não encontramos o descanso definitivo de nossos problemas, em Cristo podemos achar tudo o que precisamos para perseverar e vencer.

Não adianta, portanto, nos iludirmos pensando que a morte trará a paz. Morrer não é a solução. A única forma de realmente derrotar a dor e as tristezas de nossa vida é crendo em Jesus, nos aproximando do trono do Pai e aguardando o retorno de Cristo. Até que esse dia chegue, por mais difíceis que seja a nossa situação, Deus sustentará os que crerem n'Ele.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro

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